Eu mesmo respondi esse ano à pesquisa dirigida aos estudantes. Respondi o questionário pela UFMG, onde agora faço doutorado. Na classificação da América Latina a UFMG ficou em 10º lugar, e na classificação do Brasil em terceiro, atrás apenas de USP e Unicamp, e logo acima da Universidade Nacional de Brasília (UnB, onde me graduei em economia).
Ranking de Algumas Universidades Brasileiras (de acordo com o QS):
1º USP 11º UFPE
2º Unicamp 12º UFSC
3º UFMG 13º PUC-SP
4º UnB 14º UFPR
5º UFRGS 15º UFBA
6º PUC-Rio 16º UFSC
7º UNESP 17º UERJ
8º UFRJ 18º UFV
9º PUC-RS 19º UE Londrina
10º UFSP 20º UE Pelotas
Ao vermos esses rankings de instituições sempre surge a necessidade de relativizá-los e fica aquela pergunta: "
Quem faz melhor com os recursos que tem?" Isso diz muito a respeito sobre a eficiência das universidades, pois é sabido que USP e Unicamp são as que possuem mais recursos. Em uma lista de economia, um colega rapidamente levantou os gastos das seis universidades abaixo (tenho ainda de conferir a fonte, para a Federal de Viçosa peguei informações da
lei orçamentária de 2012, pois pareceu um valor mais próximo do realizado nas outras). No site do
INEP, consegui as matrículas da graduação de 2009. Ao aliar com a nota do ranking temos os seguintes dados:
Tabela de Dados, 2 outputs e 1 input:
Fonte: ver arquivo
excel.
Com esses dados é possível construir um modelo de eficiência de análise envoltória bem simples (DEA -
Data Envelopment Analysis). Aplicando uma escala de rendimentos constantes, com poucas observações e poucos produtos e insumos, é relativamente prático construir o gráfico em uma planilha de
excel. Como os valores são diferentes o gráfico tem o logaritmo dos valores multiplicados por 1.0E+8. O gráfico da fronteira de possibilidades de produção fica:
E dessa forma temos o seguinte ranking de eficiência (orientação produto):
UFRGS = 1.00
UFV = 1.00
UFMG = 0.99
UFRJ = 0.98
UnB = 0.97
USP = 0.90
Unicamp = 0.87
O
ranking de eficiência é interessante por mostrar quem faz mais com menos. Ele ajuda nas comparações custo-benefício, ou melhor dizendo: insumo-produto. No caso, quanto melhor a qualidade dos insumos e produtos que se tem em mãos, e quanto melhor o conhecimento sobre a forma funcional da produção, melhor pode ser a análise das informações extraídas dos modelos. Um artigo referência na área sobre universidades federais é
Façanha, Resende e Marinho (1997), esse link não apresenta o pdf, mas é possível pegar as referências. Nesse artigo eles encontraram que a UFRJ é eficiente por exemplo.
Corbucci (2000) traz mais de uma dezena de indicadores de produtividades das universidades. Vários outros trabalhos revisitam esse tema de uma ou outra maneira. Há até um estudo sobre eficiência em Portugal de Afonso, e
Afonso e Aubyn (2005) que realizam uma
cross-country.
Não faltam estudos nessa área, e muitos rankings de eficiência foram e ainda serão traçados para se compreender o ensino superior. O modelo simples aí acima não permite traçar maiores conclusões. Sabemos que USP e Unicamp são muito boas, mas quem sabe elas não poderiam ter resultados maiores em alunos-ano? Ou então um orçamento mais enxuto. Há muitas variáveis que não estamos captando em termos de pós-graduação e talvez USP e Unicamp não sejam tão comparáveis assim.
É isso, mais detalhes, escrevam nos comentários ou me peçam por mais referências.