sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Novo IMRS - Índice Mineiro de Responsabilidade Social

A Fundação João Pinheiro lançou no último dia 18 de Outubro o novo Índice Mineiro de Responsabilidade Social, coordenado pela pesquisadora Maria Luiza de Aguiar Marques. O Índice é uma composição de diversos indicadores das áreas de Saúde, Educação, Renda, Segurança Pública, Assistência Social, Cultura e Esportes e informações financeiras dos municípios de Minas Gerais.

De minha parte, contribuí auxiliando os colegas Fernando Martins Prates e Bruna Duarte Matias na confecção do Índice de Qualidade da Educação (IQE), desenvolvido pelo Francisco (Chico) Soares da UFMG. Recentemente, temos trabalhado arduamente nesse índice para aperfeiçoá-lo e incorporar-lhe outras dimensões em artigo que neste mês estará pronto.

Os interessados poderão baixar o programa no site da Fundação no link. O IMRS de 2011 teve grandes avanços em relação a versão anterior de 2009 e possui os dados mais recentes do censo de 2010 do IBGE. Mas nos parece que algumas versões são ainda incompatíveis com o sistema operacional do windows 7. Caso encontre problemas com a utilização do software, ou para o esclarecimento sobre dúvidas não encontradas no programa ou metodologia, entre em contato pelo e-mail: victor.maia@fjp.mg.gov.br que tentarei respondê-las ou encaminhá-las aos colegas da Fundação coloboradores deste trabalho.




 

sábado, 8 de outubro de 2011

E não era previsível?!

Inflação acumulada de 12 meses encontra-se em 7,3%. Hoje, o ex-colega de Fundação João Pinheiro Reginaldo Nogueira, agora no Ibmec-BH, apareceu em matéria do jornal Folha de S. Paulo (assinantes, não assinantes: aqui) comentando que se trata de uma inflação generalizada. Em contraparte, a Folha entrevista o presidente do Banco Central: Alexandre Tombini, acho que sai amanhã. A meta já foi estourada, se a taxa de inflação for zero em outubro, novembro e dezembro, a inflação do IPCA esse ano já fica em 5,8%. Seria preciso que ela fosse cerca de -0,6% nos três próximos meses para alcançar o centro (missão impossível). Se otimisticamente ela for igual à média dos últimos 9 meses (0,54%) chegaremos ao fim do ano com 6,68%, passando só um pouco o teto de 6,5%. O problema é que vêm aí os meses mais aquecidos, se repetirmos as inflações dos três últimos meses de 2010, o limite superior da meta é bem estourado e a inflação será de 7,3%, coincidência?! É exatamente a nossa acumulada.

Fonte: IBGE IPCA-mensal, do site www.ipeadata.gov.br; Para Set, Folha de S.P. e demais cálculos c/ base 1 para 01 de Jan.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Um pequeno modelo de Eficiência nas Universidades

Hoje foi divulgado a classificação das universidades Latino Americanas na QS, uma organização voltada a comparar instituições de ensino em todo mundo. A metodologia deles envolve diversos aspectos, uma classificação geral comparativa que eles chamam de reputação acadêmica, citação dos artigos, "paper citation", pesquisa de percepção dos estudantes e até número de ocorrências na web (web impact). 

Eu mesmo respondi esse ano à pesquisa dirigida aos estudantes. Respondi o questionário pela UFMG, onde agora faço doutorado. Na classificação da América Latina a UFMG ficou em 10º lugar, e na classificação do Brasil em terceiro, atrás apenas de USP e Unicamp, e logo acima da Universidade Nacional de Brasília (UnB, onde me graduei em economia).

Ranking de Algumas Universidades Brasileiras (de acordo com o QS):

1º  USP             11º UFPE
2º  Unicamp         12º UFSC
3º  UFMG            13º PUC-SP
4º  UnB             14º UFPR
5º  UFRGS           15º UFBA
6º  PUC-Rio         16º UFSC
7º  UNESP           17º UERJ
8º  UFRJ            18º UFV
9º  PUC-RS          19º UE Londrina
10º UFSP            20º UE Pelotas

Ao vermos esses rankings de instituições sempre surge a necessidade de relativizá-los e fica aquela pergunta: "Quem faz melhor com os recursos que tem?" Isso diz muito a respeito sobre a eficiência das universidades, pois é sabido que USP e Unicamp são as que possuem mais recursos. Em uma lista de economia, um colega rapidamente levantou os gastos das seis universidades abaixo (tenho ainda de conferir a fonte, para a Federal de Viçosa peguei informações da lei orçamentária de 2012, pois pareceu um valor mais próximo do realizado nas outras). No site do INEP, consegui as matrículas da graduação de 2009. Ao aliar com a nota do ranking temos os seguintes dados:

Tabela de Dados, 2 outputs e 1 input:
Fonte: ver arquivo excel.

Com esses dados é possível construir um modelo de eficiência de análise envoltória bem simples (DEA - Data Envelopment Analysis). Aplicando uma escala de rendimentos constantes, com poucas observações e poucos produtos e insumos, é relativamente prático construir o gráfico em uma planilha de excel. Como os valores são diferentes o gráfico tem o logaritmo dos valores multiplicados por 1.0E+8. O gráfico da fronteira de possibilidades de produção fica:

E dessa forma temos o seguinte ranking de eficiência (orientação produto):

UFRGS   = 1.00
UFV     = 1.00
UFMG    = 0.99
UFRJ    = 0.98
UnB     = 0.97
USP     = 0.90
Unicamp = 0.87

O ranking de eficiência é interessante por mostrar quem faz mais com menos. Ele ajuda nas comparações custo-benefício, ou melhor dizendo: insumo-produto. No caso, quanto melhor a qualidade dos insumos e produtos que se tem em mãos, e quanto melhor o conhecimento sobre a forma funcional da produção, melhor pode ser a análise das informações extraídas dos modelos. Um artigo referência na área sobre universidades federais é Façanha, Resende e Marinho (1997), esse link não apresenta o pdf, mas é possível pegar as referências. Nesse artigo eles encontraram que a UFRJ é eficiente por exemplo. Corbucci (2000) traz mais de uma dezena de indicadores de produtividades das universidades. Vários outros trabalhos revisitam esse tema de uma ou outra maneira. Há até um estudo sobre eficiência em Portugal de Afonso, e Afonso e Aubyn (2005) que realizam uma cross-country

Não faltam estudos nessa área, e muitos rankings de eficiência foram e ainda serão traçados para se compreender o ensino superior. O modelo simples aí acima não permite traçar maiores conclusões. Sabemos que USP e Unicamp são muito boas, mas quem sabe elas não poderiam ter resultados maiores em alunos-ano? Ou então um orçamento mais enxuto. Há muitas variáveis que não estamos captando em termos de pós-graduação e talvez USP e Unicamp não sejam tão comparáveis assim.

É isso, mais detalhes, escrevam nos comentários ou me peçam por mais referências.